quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Noite fria ...

        A noite estava fria como sempre na velha cidade. O ar gélido provindo do mar e o nevoeiro que o acompanhava deixava aquela cidade litorânea com um aspecto sinistro, quase fúnebre. A chuva torrencial que assolava a cidade durante todo aquele dia tinha dado uma trégua, restando apenas uma pequena brisa que, se não fosse pelo frio intenso, seria até mesmo agradável. Ela caminhava pelas ruelas daquela pequena cidade costeira, estava com muito frio, seus lábios, antes tão vivo como uma rosa do campo, estava agora roxos e quase sem vida. Ela caminhava, tentando manter seus passos firmes, mesmo quando todo seu corpo ansiava por descanso. Mais alguns minutos e Ela estaria no aconchego de sua casa, mais alguns minutos e logo Ela estaria nos braços de seu amado, que a esquentaria com o calor de sue  corpo. Mais alguns minutos ...
        O predador a observa. Pele branca como a lua. Cabelos dourados, tal como a luz do dia da qual Ele não via por séculos, mas lembrava do seu intenso brilho. Lábios trémulos e ao mesmo tempo sedutores e convidativos. Olhos, tão belos como as estrelas no céu, não, talvez até mesmo mais belo, cintilavam noite a dentro. Ele sabia que se a olhasse por muito tempo acabaria exitando, acabaria por sucumbindo a beleza e fascínio daquele olhar.
        Ele aproxima-se dela, tomando-a pelos braços. Ela o encara com temor nos olhos, estava prestes e entrar em desespero quando as presas perfuram sua carne. Ambos logo são tomados pelo êxtase. O frio que a afligia seu corpo vai aos poucos dando lugar ao calor, como se uma chama começasse a expandir a cada pulsar de seu coração, que agora batia cada vez mais freneticamente. Sangue. Calor. Êxtase. Paixão. Um inferno Perfeito...
         Aos poucos Ele pode sentir o coração de sua vítima perdendo a força. Seus braços, que o agarrava com firmeza, pendem para baixo até ficaram inertes, assim como todo seu corpo. Ela não passa de uma carne pálida agora. Sem sangue, sem vida, sem alma...